domingo, 11 de setembro de 2011

10 anos depois






Este local é um lugar de silêncio. Não apenas de siliêncio em memória das vitimas do 11 de Semtembro, mas um silêncio em relação às causas. Na simplicidade do memorial, esconde-se a história e cria-se uma memória. Esconde-se mais uma derrota dos EUA e homenageiam-se as vitimas.
Os motivos económicos e politicos do acontecimento trágico não "falam" no memorial, porque afinal, o importante para ser recordado da tragédia é que qualquer americano (ou estrangeiro) podiam lá estar!
Os monumentos, são uma forma de arte que podemos considerar como documentos, memórias que permanecem ao longo do tempos e à vista de todos, até mesmos dos mais distraídos.
Assim, um dos problemas da arte e ou/arquitectura prende-se com a dificuldade de adequar um código expressivo da memória relativa ao acontecimento a recordar. .
Trata-se de um memorial que à semelhança de outros recorda uma derrota, temos como exemplo o Vietnam Veterans Memorial de Washington, onde, neste caso verifica-se claramente como a conflitualidade entre as diferentes memórias colectivas relacionadas com o acontecimento da guerra do Vietname já que foi uma guerra controversa, moralmente discutível e não vitoriosa.

Outro exemplo é o museu Ellis Island, ilha pela qual milhares de emigrantes passaram para ver realizado o sonho americano. Submetidos a grande sofrimento, violência e humilhação, estes emigrantes vêm hoje no museu retradas as suas histórias, mas onde se oculta o seu sofrimento e se eleva-se o seu esforço e a vitória alcançada no final do percurso.
Todos os acontecimentos que causam algum embaraço ao país são subtilmente ocultados, para que ninguém possa falar sobre eles.
A grande diferença entre a guerra do Vietham, a busca do sonho americano e o 11 de Setembro não reside substâncialmente no número de vitimas, mas sim no facto de que no caso do 11 de Setembro qualquer pessoa podia lá estar!
Para além das razões, geopolíticas, económicas e religiosas, a questão que me suscita mais dúvidas é: Quantos memoriais precisa ainda o EUA de construir em nome da hegemonia?





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